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Arquitetos: Carolina Castroviejo, Diana Radomysler, Gabriel Kogan, Studio MK27 - Marcio Kogan
- Área: 640 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: By Kamy, Tora Brasil
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Txai funde elementos das coloridas casas vernaculares baianas com linhas precisas da arquitetura moderna brasileira. Localizado de frente para uma belíssima praia no município de Itacaré – no nordeste brasileiro – o terreno da Casa Txai sobe 13 metros a cima do nível do mar. Essa topografia permitiu que, mesmo mediado pelas copas das árvores existentes, fosse possível conseguir uma bela vista para a costa,
Para evitar uma excessiva verticalização e, mesmo assim, acomodar todo o programa, a casa repousou em dois níveis sem sobreposição dos pavimentos. Essa solução acabou por construir uma nova configuração para o terreno, como uma segunda natureza, que recompõe a topografia original, agora com a casa assentada.
No andar inferior, localiza-se a sala. Como uma grande varanda, todos os vidros e vedações podem ser completamente recolhidos. O estar se torna então um espaço aberto, protegido por uma laje plana protendida. Junto a essa área social fica a cozinha, voltada para a sala de jantar e contida dentro de um volume de madeira que comporta também uma pequena área de serviços e um lavabo.
Diante da sala-varanda, repousa uma piscina com fundo infinito e um solário com espreguiçadeiras. Nos fundos, pátio com vegetação configura ventilação cruzada no ambiente. O sistema estrutural foi modulado em vãos de 9,70m por 6,30m, em um racional sistema dominó. Sobre essa cobertura do primeiro andar, fica um deck de madeira descoberto de onde se tem uma bela vista do mar. Nesse segundo andar ficam também os quartos, locados sob um telhado em águas, em volumes coloridos de madeira e estuque.
Não há qualquer conexão interna entre o pavimento da sala e da cozinha com os quartos. Os percursos internos da casa, assim, são sempre feitos externamente, usando o jardim como passagem. Os moradores experimentam as condições climáticas ao transitarem entre interior e exterior.
Os banheiros prolongam-se para fora do telhado e são totalmente abertos para o exterior, tendo seus jardins individuais definidos por muros, como pátios. As portas da frente dos quartos dão para uma generosa varanda de 2,5m de largura onde ficam penduradas redes, presas no próprio forro feito com madeira reciclada. As portas de muxarabis – elemento treliçado de madeira, tradicional da arquitetura moderna e colonial brasileira – sombreiam o interior dos quartos, deixando passar a brisa; podem também ser inteiramente abertas para total controle de luz no interior.
Os materiais empregados na casa são todos locais. Privilegiou-se também acabamentos brutos, que envelhecem bem no agressivo ambiente litorâneo tropical. No caso dos volumes, em uma paleta de cor inspirada nas casas locais, a arquitetura buscou cores vivas e puras que, aplicadas sobre a madeira dos muxarabis, contribui para a durabilidade do material ao criar uma camada espessa de proteção contra maresia.
A Casa Txai oferece uma radical experiência de integração entre interior e exterior. É um lugar para tomar uma água de coco, balançando-se nas redes. A atmosfera tropical da Bahia impregna todos os espaços e o contato com o jardim se torna parte necessária do uso da casa, ao integrar os percursos da vida cotidiana.